quinta-feira, 9 de julho de 2015

Escuridão.



Angústia, ansiedade, medo...
Santos, Maria Madalena dos.


Noite escura sem luz pelos terreiros e nem em casa,
Sem lua, com vaga estrelas nos céus, tamanha escuridão!
Uivos de cachorros a alarmar mato afora pelo quintal.
O medo leva até ao surdo de ouvir o quase inaudível,
E se arrepiar diante da sensação de perigo.
O sono não vem por nada, por mais que se tente.
O cérebro se liga numa tremenda expectativa
De que algo está para acontecer e fica na vigília.
Quem poderá desligá-lo? O que fazer para acalmá-lo?
A ansiedade gerada pela tentativa de dormir sem sucesso
Causa nervosismo, dormência nos pés, inquietação.
Como sair se há apenas a lanterna para as necessidades,
A qual deve ser preservada sua bateria para o uso?
Que horror! Passar uma noite que parece não ter fim.
Os batimentos cardíacos se aceleram,
O fôlego fica ofegante, falta oxigenação.
Surge uma incômoda dor no peito,
Um nó atado na garganta, tremenda vontade de chorar
E o choro não sai, fica entalado no peito.
E nesse emudecimento lágrimas quentes
E silenciosas rolam a face e ameniza a dor.
Que exaustão! Que confusão mental!
É a vida extenuante que às vezes sobrevêm como provação às pessoas.
Vencer esses medos sem deixar sequelas é quase impossível.
No geral essas mazelas ficam marcadas no cérebro
E a cada momento de medo que se repete elas são realçadas
Deixando suas vítimas sem ação, prostrada diante da situação.






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