A assembléia dos ratos.
Um gato de
nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma
casa velha que os
sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto
de morrer de fome.
Tornando-se
muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia
Para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino
Andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
__ Acho –
disse um deles – que o meio de nos defendermos de Faro-Fino
é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se
aproxime, o guizo o denuncia
e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a
luminosa ideia. O projeto foi aprovado com
delírio.Só votou
contra, um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
Faro-Fino?
Silêncio
geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo.
Todos,
porque não tinham coragem.
E a assembléia dissolveu-se no meio de
geral consternação.
Dizer é fácil – fazer é que são elas!
LOBATO, Monteiro.
in Livro das virtudes- William J.Bennett
– Rio de Janeiro:
Nova
Fronteira, 1995.p.308.
Nenhum comentário:
Postar um comentário